A repressão é um mecanismo de defesa inconsciente pelo qual nossos desejos e impulsos são suprimidos da consciência por se tornarem conteúdos inaceitáveis ou impossíveis de serem correspondidos. Então, esse conteúdo é movido para algum “lugar” onde permanece de certa maneira oculto.
Não podemos mais acessar esse material pela nossa simples força de vontade. Pois entende-se que este conteúdo reprimido agora é inconsciente.
A essência da repressão consiste em afastar uma determinada coisa do consciente, mantendo-a à distância, no inconsciente.
Mas ao contrário do que se pensa, esses conteúdos não somem ou adormecem para sempre. Ganham força no inconsciente e geralmente se manifestam em forma de alguma dificuldade que chamaremos de sofrimento.
Segundo Freud, a repressão nunca é feita ou realizada de uma vez por todas. Ela exige uma força contínua para manter esses conteúdos “inaceitáveis” longe e inacessíveis.
Uma questão interessante é que a ansiedade pode também ser vista como a força que leva à repressão e é sentida principalmente quando se nota o perigo desse material reprimido se tornar consciente.
Para Freud os sintomas histéricos têm origem em alguma antiga repressão.
Muitas doenças Psicossomáticas derivam desses sentimentos reprimidos. Asma, artrite, úlcera também podem estar relacionadas com a repressão. Muitos transtornos da sexualidade também estão ligados as nossas condições psicológicas, tais como a frigidez, impotência e ejaculação precoce.
A repressão é um dos mais reconhecidos mecanismo de defesa, especialmente contra as exigências dos impulsos sexuais.
– Para entender melhor os mecanismos de Defesa: Segue abaixo o texto do Infopedia.
Mecanismos de defesa são um conjunto de processos defensivos psíquicos inconscientes que aliviam o ego/eu do estado de tensão psíquica entre o id intrusivo, o superego ameaçador e as fortes pressões que emanam da realidade externa.
Devido a esse jogo de forças presente na mente, em que as mesmas se opõem e lutam entre si, surge a ansiedade cuja função é a de assinalar um perigo interno. Esses mecanismos entram em ação para possibilitar que o ego estabeleça soluções de compromisso (para problemas que é incapaz de resolver), ao permitir que alguns componentes dos conteúdos mentais indesejáveis cheguem à consciência de forma disfarçada. É uma forma de relação da pulsão com o objeto.
Anna Freud formulou a hipótese de que o maior temor do ego é o retorno ao estado de fusão inicial com o id, caso a repressão falhe ou os impulsos sejam intensos demais.
Para manter o grau de organização atingido, o ego procura proteger-se da invasão das demandas instintivas/pulsionais, provenientes do id, e do retorno dos conteúdos reprimidos.
Assim, Freud diz que a psicanálise é o instrumento que permite ao ego uma conquista progressiva do id.
ESQUIZOIDES
Têm como finalidade evitar os temores de aniquilamento (ansiedade e fragmentação do ego). São mecanismos voltados para a defesa do Eu. O que está em causa é o sentimento de maneira perigosa de organização do Eu, ainda pouco evoluído, do qual fazem parte a Clivagem, separação do Eu, em partes boas e más; a Projeção, sentimentos próprios indesejáveis são atribuídos a outras pessoas; a Identificação, identificação do sujeito com outro objeto e a Identificação Projetiva, identificação do sujeito ao objeto, atribuindo-lhe características.
MANÍACOS
Existe uma pequena diferenciação na relação com o objeto. Fazem parte a Clivagem maníaca, sendo a separação do Eu em partes de omnipotência e invulnerabilidade; a Idealização, criar uma imagem ideal do objeto e o Controlo maníaco, que é o triunfo e o desprezo.
OBSESSIVOS
Nestes mecanismos, há uma preocupação com o objeto, e trata-se de uma organização mais evoluída. Há um medo de perda do objeto. Constituem a Anulação, onde através de uma ação se procura o fim da experiência prévia e desagradável; o Isolamento, que é a separação dos afetos ou representações e a Formação reativa, ou seja, a fixação de uma ideia, afeto ou desejo na consciência, opostos ao impulso inconsciente temido.
NEURÓTICOS
São os mais evoluídos e organizados, constituindo o tipo do qual fazem parte o Deslocamento, que é o redirecionamento de um impulso para um alvo substituto; o Recalcamento, manutenção ao nível do inconsciente do que é incómodo ao sujeito; a Inibição, restrição das funções do Eu e das atividades mentais e inibição da fantasia; a Regressão, retorno a formas de gratificação de fases anteriores, devido aos conflitos que surgem em estágios posteriores do desenvolvimento e, por último, a Sublimação, onde parte da energia investida nos impulsos sexuais é direcionada à consecução de realizações socialmente aceitáveis.
Existem outros mecanismos de defesa, tais como:
Repressão – retirada de ideias, afetos ou desejos perturbadores da consciência, pressionando-os para o inconsciente (como apresentado no texto acima)
Racionalização – substituição do verdadeiro, porém assustador, motivo do comportamento por uma explicação razoável e segura.
Negação – recusa consciente para perceber factos perturbadores. Retira do indivíduo não só a percepção necessária para lidar com os desafios externos, mas também a capacidade de se valer de estratégias de sobrevivência adequadas.
Introjeção – estreitamente relacionada com a identificação, visa resolver alguma dificuldade emocional do indivíduo, ao tomar para a própria personalidade certas características de outras pessoas.